Confirmamos para nossos amigos nossa
ida. O Arno exigiu nossa chegada no dia sete de setembro para o churrasco
patriótico do Fabiano (denominação que o Arno deu ao churrasco por ser sete de
setembro.) ao meio dia, por sinal não só esse, mas todos os churrascos que o
Fabiano fez no período que estávamos lá, estavam uma delícia. Claro, ele é
especialista. Bom, falando de culinária, não podemos deixar de falar nas
comidas que a Maria, Ane e o Arno fizeram, qual delas a melhor, eles são
dedicados no que fazem. Podemos considerar o Arno um Chef, claro, a Maria igualmente.
Embora Fabiano se diga tão bom quanto, mas, até agora só comemos churrasco de
sua autoria. Bom! Mas isso é assunto para outra oportunidade. Para chegarmos no horário do churrasco Patriótico
a Manja sugeriu sairmos no dia seis bem cedo, afinal, fazia muito tempo que não
andávamos de moto e o cansaço seria inevitável. Dia cinco amanheceu chuvoso,
mas, tínhamos esperança de que no dia seguinte, quando sairíamos, estaria bom.
Já com todas nossas bagagens arrumadas com uns três dias de antecedência,
estávamos prontos para a partida, só torcendo para que o dia seis iniciasse com
sol. Acordei e escutei a chuva batendo na janela, não era forte, mas, como
nossa região não se contenta somente com chuva, tinha vento e para variar forte,
fazendo com que a chuva se tornasse pior do que era. Como se tentando nos
persuadir a continuarmos na cama. A vontade de seguir dormindo era grande.
Confesso que pensei em convidar a Manja para desistir, ou viajarmos de outra
modalidade. Ela como sempre foi decisiva: - Claro que vamos de moto. O encontro
é de moto e combinamos com o pessoal (ela adora estar junto a eles). Não tive alternativa.
Tomamos café, fechamos a casa e partimos. Com noite, chuva e vento. Ao
entrarmos na rodovia, na primeira rajada de vento, vem aquela tradicional
pergunta: O que estou fazendo aqui? Perguntei para a Manja se ela estava bem e
logo me responde: Claro que sim, esse tempo passa logo, logo. É! Mas custaram
uns bons quilômetros para passar. Finalmente passou e viajamos a maior parte do
dia sem chuva. Meia tarde estávamos em Santa Cataria e a partir de onde
estávamos poderíamos alcançar nosso objetivo bem fácil pela manhã. O Arno tinha
nos aconselhado que em caso de ficarmos na estrada procurássemos ficar em
Sarandi-RS mas conseguimos chegar em Chapecó-SC que é uma das cidades de médio
porte e por esta razão seria mais fácil encontrarmos hotel. Como tínhamos conseguido
chegar a Chapecó e na entrada da cidade encontramos um hotel no qual
simpatizamos NORTH HOTEL. Hospedamo-nos e logo tivemos a certeza que nossa
intuição estava correta. Fomos atendidos pelo Matheus, muito cordial, educado e
atencioso. Sabe aquele tipo de pessoa que proseia até a hora da partida. Quem
passar por Chapecó, o lugar para se hospedar é esse. Na entrada no sentido de
quem está chegando a Santa Catarina ao lado do primeiro posto Ipiranga da cidade.
(sentido sul/norte)
Dia sete e nós novamente na estrada.
Agora com um dia maravilhoso, mas, muito frio. A Manja fez contato com o Arno e
ele e o Fabiano fizeram questão de ir nos esperar em Bom Jesus-SC, duas cidades
antes de Entre Rios, nosso destino. Por alguma razão não puderam chegar a tempo
e fomos indo até a próxima cidade que é Ipuaçu-SC e lá ainda na estrada fomos
interceptados, primeiro pelo Arno e logo em seguida pelo Fabiano e a festa
estava garantida. Chegamos à casa do Fabiano e estavam lá a Maria e a Ane. Mais
festa. Como é maravilhoso encontrarmos com pessoas especiais! Proseamos muito,
afinal, estávamos com saudades. Logo chegou o meio dia e o “churrasco patriótico”
estava pronto. Churrasco ótimo, um descanso e o Fabiano já nos levou para o
primeiro passeio. Fomos conhecer a ponte sobre o rio Chapecó, ponte de madeira
um lugar muito bonito. Para fechar o dia, nos levou por uma estrada de cascalho
(coisas de Fabiano) até a cidade de Xanxerê onde passeamos, tomamos café e voltamos
para casa em Entre Rios. Tomamos mate, muita prosa, uma janta maravilhosa
harmonizada com vinho chileno especial. Estávamos
prontos para dormir, afinal era só o início.
Dia seguinte agora dia oito de
setembro. Acordamos com a Ane e o Fabiano levantando-se para irem trabalhar. Em
seguida foi a nossa vez e a vez de Arno e Maria de se levantarem. Maria
novamente na cozinha e fazendo um maravilhoso café, aqueles, tipo hotel cinco
estrelas, que a gente não sabe por onde iniciar. Depois desse maravilhoso café
voltamos para a estrada, desta vez com o Arno e a Maria. Arno havia combinado
com o Fabiano que iríamos almoçar junto com ele em Abelardo Luz-SC, cidade onde
o Fabiano trabalha. Chegando a Abelardo Luz, fomos direto conhecer a igreja e
lá estava o Fabiano a nossa espera. Partimos para o almoço, muita prosa e
principalmente muitas risadas, afinal estávamos novamente com o Fabiano. Depois
de almoçarmos Fabiano foi para o trabalho e nós por alguns instantes
aborrecidos, porque ficamos sem a companhia dele, quando ele sai o grupo fica bem
menor afinal ele movimenta, quando não está contando piada ou histórias, está
implicando com alguém do grupo, dando preferência ao Arno ou eu ou até mesmo
com alguém que não seja do grupo é só darem oportunidade e pronto, chega o
Fabiano, fazendo assim que todo ambiente fique agradável. Fomos fazer um tur pela
cidade, levados pelo o Arno e a Maria na volta fomos conhecer as cachoeiras no
Rio Chapecó em Aberlado Luz, lugar muito lindo. Mais uma vez o dia estava ganho.
Passeamos mais e voltamos para casa esperar Ane e logo em seguida a “Figura”. Banho,
mate, proza e adivinhem, novamente em torno de uma rica mesa organizado por
Maria e Anne que fizeram empanadas típicas argentinas, cujo assador foi o
Fabiano. As empanadas acompanhadas por um belíssimo vinho argentino para dar o
clima portenho. Muitas risadas, ufa! Finalmente
cama.
Agora dia nove de setembro. Puxa!
Como o tempo passa, mais ainda quando se quer que o relógio ande em ritmo do
bicho preguiça. Vamos lá. Adivinhem? Novamente uma mesa de café cinco estrelas,
organizada por quem? Claro por ela, Maria. Como já era sexta feira, Fabiano ficou
conosco, não indo trabalhar. Pronto, mais um dia de diversão garantida. Sabem
como foi nosso início do dia além do café cinco estrelas? Passeio pela cidade
de Entre Rios passando é claro pelo supermercado para ele comprar carne e em
pouco tempo Fabiano estava novamente na churrasqueira fazendo churrasco e a
Maria em um forno de barro que a Ane tem dentro da cozinha assando pães. Quando
nos demos por conta estávamos novamente em torno de uma rica mesa com um belo
churrasco, claro, harmonizado por um maravilhoso vinho português. O povo da sesta
foi descansar e os outros foram prosear até o nosso anfitrião levantar-se e nós
convocar para um novo passeio. O quê? Novamente passear? Pensei que a tarde
fosse livre para um descanso. Que nada! Fomos visitar umas minas de ametista
que o nosso guia, ele é claro, tinha previamente agendado. Como contrariá-lo?
Fomos até a mina, andamos por vários túneis, conversamos com o pessoal que nos
contaram muitas histórias, passeio lindíssimo e novamente em casa. Banho, mate,
prosa e adivinhem? A janta por conta do Arno, especialista em risotos que foi
harmonizado com vinho português. Exercitamos até o autocontrole, afinal
tínhamos que tentar dormir. Nosso passeio estava mais para um encontro
gastronômico do que um encontro de moto.
Depois de uma rápida noite de sono,
por sinal, aqui tudo é rápido. No dia dez de setembro, o pior, embora indo para
o objetivo principal de nossa viagem, estávamos retornando para casa, ou seja,
apesar de todos aposentados, voltávamos para nossa rotina e deixaríamos aquele
povo amigo ainda que por pouco tempo. Bom! Vamos tentar não pensar nisso e
aproveitar os dois dias que ainda temos com esse povo maravilhoso. Iniciar o
dia junto com esse pessoal passa primeiro por uma bela mesa de café. O pessoal
aqui não é fraco e nós voltaremos mais fortes. Claro, sempre que se volta de
uma viagem volta-se mais forte, mas, desta vez também no que diz respeito ao
peso. Novamente na estrada e na companhia do Arno, Maria, Fabiano e Ane. Nestas
alturas se não fosse por estarmos retornando seria festa pura, mas, sempre tem
aquele sentimento que no dia seguinte estaríamos eu e a Manja sós novamente na
estrada que também é muito bom, mas...
Chegamos a Itá-SC local do Primeiro
Encontro da Confraria Big Trail. Fomos direto para o hotel, ou seja, tentamos
ir direto para o hotel, mas, o meu gps nos levou para o lado oposto, embora na
mesma rua. Em uma viagem normal não seria nada de mais é só retornar e pronto. Mas,
estávamos com quem? Ele é claro, o Fabiano. E não me deixou mais em paz por
conta do gps. Está bem, tudo tem um preço e como não sou diferente paguei o
meu.
Itá é uma cidade turística por conta
da barragem de mesmo nome. A cidade foi inundada para dar origem à barragem da
hidrelétrica, por isso foi construída uma nova cidade, planejada e muito
bonita. Pontos turísticos belíssimos por conta da barragem, uma tirolesa bem
extensa que também passa pela barragem, cuja tirolesa proporcionou uma bela
aventura para as mulheres do grupo. Nós homens somos de esportes que
proporcionam mais adrenalina tipo aqueles parquinhos de interior que depois que
a roda gigante inicia a gente olha para baixo e pensa será que isso aguenta?
Será que está bem montado? Aquela solda não está com jeito de ter sido bem
feita. Hiiiiiii! Agora sim aquela cantoneira com muita ferrugem não vai
aguentar. Nosso grupo é assim. Nós somos adrenalina pura. Tirolesa é
brincadeira para as mulheres. Estou mentindo Arno e Fabiano?
Passamos o dia todo passeando, à
tardinha fomos para o hotel, tomamos banho, descansamos um pouco e voltamos
para o local do evento. Lá houve uma palestra e uma janta de confraternização.
Proseamos com alguns conhecidos e terminamos mais um dia de muita alegria que
passou muito rápido. Voltamos para o hotel, cansados e aborrecidos, porque dia
seguinte nosso grupo começava bem cedo a se desmembrar.
Acordamos, agora dia onze de setembro
bem cedo e para que o dia rendesse afinal, eu e a Manja faríamos 740 km.
Colocamos as malas na moto e com muita dificuldade nos despedimos do Fabiano e
Ane, eles voltariam para casa em Entre Rios-SC e nós voltaríamos com Arno e
Maria até a cidade de Tio Hugo-RS, eles seguiriam para Santa Maria-RS e nós
para casa em Rio Grande-RS. Despedidas difíceis e lá fomos nós todos em silêncio
rumo a um posto de combustível para abastecer e tomar um café.
As motos abastecidas e prontas,
pegamos a estrada rumo a Concórdia-SC, Erechim-RS, Passo Fundo-RS onde
lanchamos e nos despedimos. Puxa! Mais uma despedida e lá fomos nós rumo a Tio
Hugo. No viaduto o Arno e a Maria nos abanaram e mais um pouco de silêncio,
agora só, eu e a Manja. É muito ruim despedidas, mas, o que nos conforta é que
em breve estaremos juntos desta vez acho que de Motorhome. O resto da viagem
foi tranquila. Nossa viagem vinha acontecendo com muito calor, tiramos um pouco
de roupa e mesmo assim estava quente, mas, quando chegamos à cidade de
Encruzilhada do Sul-RS, paramos para abastecer e sentimos a mudança do clima,
estamos acostumados com o frio, mas tivemos que colocar roupa mais quente. Em Canguçu-RS
paramos para um breve descanso e um lanche. Aí sim!!. O vento nos deu as boas
vindas sendo muito forte e frio. Pronto agora sim, tivemos a certeza que
estávamos em casa. Resta-nos somente colocar mais roupas, ou seja, as que
saímos de casa e enfrentar mais centos e trinta quilômetros. Assim foi mais uma
hora e pouco e estávamos em casa bastante cansados mais felizes por ter dado
tudo certo e ter tido mais um excelente convívio com o Arno, a Maria, o Fabiano
e a Ane.
Agradecimentos é um sentimento muito
nobre que estamos deixando de lado devido a competição e a prepotência de nós
seres humanos e quando o fazemos quase sempre é aquela rasgação de seda, fazer
para cumprir protocolo, mas, esses nossos parceiros são diferentes e de uma simplicidade
impar que eu só vou dizer MUITO OBRIGADO que eles saberão que é do fundo da
alma tanto minha quando da Manja.
Arno, Maria, Fabiano e Ane estamos
prontos para próxima. VAMOS LÁ.